“Na intimidade da boca, vamos escolher as formas que se tornarão a nossa forma”, diz Jean-Marc Eyssalet. Essa citação e a imagem que ilustra essa postagem encontrei em Sônia Hirsch, no Manual do Herói.
Estou mudando. No momento em que elaboro esse ponto sinto um formigamento na barriga. Sobrevivência, digestão. A frase estou mudando, para mim, neste momento, implica o reconhecimento do vazio da forma.
Uma vez fui perguntado sobre a importância do conceito de vazio na vida prática. Antes de mais nada, há muitos tipos de vazio, leituras filosóficas distintas de algo chamado “vazio”. Em minha experiência, a palavra sugere algo próximo do princípio ubuntu: não há eu sem nós.
Uma vez uma professora me mostrou como fazia para transformar um prato de comida em uma oração diante do altar. Aquilo é o que a mente é capaz de fazer daquilo. Aquele prato de comida era um “buraco-de-minhoca”.
Estou em um salão mágico com minha professora. O altar é um prato de comida. Estão oferecidas sub-instâncias, elementos, logísticas e emergências, todas dispostas sobre discos de atenção. Uma pequena chama de alegria arde à frente e ilumina a dança de forma e morte.
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