Um mentor é alguém que reconhece a centralidade da mente na experiência. Sem mente, não há ciência da sensibilidade, das formas, das representações e, portanto, do mundo.
Passamos a vida inteira na mente. Pode-se dizer que é a mais íntima dos lares, a mais presente das falas, o mais intrínseco componente da experiência.
Nada há que escape à mente. Dela, as mentações. Das mentações, as mentalidades. Das mentalidades, as ideologias. Das ideologias, mundos.
Mundos são como bolhas de mente. Há quem pense que a consciência é uma grande coisa, mas não. A consciência também é uma bolha.
Quando alguém se dá conta disso, frequentemente subscreve a metáfora da “expansão da consciência”, por vezes hábil, por vezes obscurecimento.
A metáfora da expansão sugere algo pra fora da bolha, algo que nos passa despercebido. Digamos, essas “transparências”, mesmo despercebidas, frequentemente nos afetam.
Nesse sentido, um mentor é alguém que medita a mente. O que é a mente? Quem mora na mente e onde e como? Do que é feita a mente? Como a mente vem a ser?
Mentor é alguém que eventualmente pensará, talvez intrigado, como é estranho que aquilo mesmo que conhece o mundo seja tão desconhecido.
Alguém passa toda a vigília e parte do sono com a mente. Por toda a vida. Convive com ela desde sempre mas não sabe do que é feito um pensamento, uma percepção. Por quê?
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